domingo, 27 de maio de 2012

................................................................Amor...


    Pra onde foi que me trouxeste? 
    Como fui permitir que vendasses meus olhos e me conduzisses por tão tortuosa alameda, cheia de cascalhos e pedrinhas, e sem ao menos ser capaz de tatear no breu em busca de um chinelinho pra descansar meus pés, ou de uma mão pra segurar... 
    A única mão que eu consegui agarrar com força foi a tua. Sem querer saber pra onde me levarias, fui indo, fui indo... 
    Agora, abro os olhos e... Que lugar é este? Onde estão os arco-íris e borboletas por que andei esperando? Será este vale de ossos secos apenas um atalho por onde nos perdemos? Ou seria o destino final? 
    E... Onde é que foste parar? Me abandonaste aqui, ou simplesmente me deixaste tão calejada que não consigo mais sentir teu toque? 
    Agora estou perdida, e não sei o caminho pra casa. E, no fim das contas, já não sei mais se és bom ou se és mau!!!
    Ande, venha me buscar! Me leve de volta ao dia em que nos encontramos para que, em vez de te acolher, eu me despeça, dizendo: " Fica pra uma outra vez..."

domingo, 7 de agosto de 2011

Fernanda



   Uma flor que foi cortada do jardim justo na hora em que estava desabrochando... Uma florzinha tímida, dengosa, porém linda! Que enfeitava e perfumava o jardim das nossas vidas com um cheirinho doce e suave...

   Ah, tantas coisas eu queria ter te dito, flor! Que desde pequenininha você me cativou... Que eu adorava te pegar no colo, porque você era frágil e linda... Que de todas as irmãs, você era a mais parecida comigo: tímida, quietinha, reservada, responsável com suas coisinhas, sonhadora, vivia sobrevoando seu mundinho particular... E eu tinha orgulho disso! Que você era linda e que seu sorriso irradiava luz!

   Ao contrário do que eu imaginava, com o passar das semanas a saudade não diminuiu. Muito pelo contrário! Ela cresceu ainda mais, e inunda o vazio que você deixou nas nossas vidas! Dói entrar no seu quarto e não te ver lá dentro dobrando suas roupas... Dói tanto!

   Vai ter sempre um buraco nos nossos corações provocado pela sua partida, e ele é impreenchível, a não ser pela saudade que transborda de dentro dele. Mas me alegra saber que, de flor, você passou a estrelinha, e que quando você sorri aí em cima, um brilho aparece no céu e ilumina, não só o firmamento, mas também as nossas vidas aqui em baixo, a vida de cada um que você cativou...

   Antes você enfeitava nosso jardim, mas agora enfeita o céu, e me alegra muito saber que um dia a gente vai se reencontrar! Matar essa saudade cretina e pegar de volta aquele pedaço dos nossos corações que foi embora com você...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

. . . . . . . . . . . .As dores não são mais que degraus. . . . . . . . . .



   A saudade é uma navalha afiada, que rasga ao meio não só um coração, mas todo um ser. Sem a outra metade, como prosseguir? Não tem sentido, não tem graça, não tem porquê... Não há analgésico, neosaldina, paracetamol, morfina que amenize a dor de sentir ser arrancado de nós um pedação vivo.
   Como diria um velho camarada, Mr. Saint-Exupéry, a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar... Mas sabe que ele foi bastante sutil?  Se ele dissesse isso na minha frente eu protestaria: " Hã?Um pouco? Você está falando de um iceberg ou de um ser humano?" Fato é que a gente VAI chorar, e não vai ser só um pouco, depois de abrir nosso coração e dividí-lo com alguém. Especialmente se tratar-se de alguém que se sente eternamente irresponsável por aquilo que nem tinha a intenção de cativar...
   Mas... You know what? É nessas situações avassaladoras, diante das quais nos desesperamos e não temos a menor idéia do que fazer dali em diante, é que está uma oportunidade inadiável de crescemos. Enquanto lutamos para superar dores insuportáveis é que nos fortalecemos. É depois de ter passado perto da morte, que se entende o valor da vida, e que se aprende a querê-la mais que tudo. E é aí que um amor inusitado reaparece brilhando e clareando o que antes estava escuro: o amor próprio. E então, como num filme do X-MAN, aquela fenda horrorosa, sangrenta e dolorosa começa a se fechar. E aquele pedação do coração que tinha ido embora, começa a se recompor e se refazer, como se fosse um Wolverine com efeito retardado.
   Se ele vai ficar perfeito denovo? Honestamente, espero que não. Porque um coração intacto, sem marcas, sem band-aids, sem cicatrizes, é um coração que nunca amou de verdade. Pobre dele.